O corpo e o lugar: as relações entre moda e arquitetura
A moda vai muito além das roupas…
A moda vai muito além das roupas. Há tempos que o estilista, o designer de interior ou o cenógrafo dividem coisas em comum. O estilo e o luxo podem ser traduzidos através de formas, cores e conceitos levados da moda para casa como extensão. A relação moda e arquitetura sempre existiu. No século passado, diversos movimentos estreitaram ainda mais essa relação entre os dois mundos. Não é difícil relacionar as linhas de Paul Poiret (estilista Francês) com as do designer Ruhlmann (art décor) ou Leleu (século 18) Coco Chanel se inspirava nas obras do arquiteto moderno Le Corbusier e da Bauhaus.Para ela, “Moda e arquitetura é apenas uma questão de proporção.” E a recíproca é mais que verdadeira. A busca de influência na moda se tornou muito comum entre os arquitetos e designers para tornar suas obras e ambientes fluidos e dinâmicos. No livro "O hábito fala pelo monge”, o filósofo Umberto Eco pontua que a função de cobrir e proteger, do calor ou do frio, não passa de 50% do conjunto de um vestuário. O resto é uma opção ideológica, é uma mensagem. Segundo ele, “o vestuário é comunicação.” Na cenografia, o objeto cede parte da importância funcional para se tornar um sinal que exprime um discurso. A moda, por sua vez, influencia a cenografia quando reforça a busca pelo novo, com o olhar atento às tendências de comportamento, utilização dos espaços, materiais e cores. A interação criativa destas áreas é ampla e não possui limites. E o resultado final esperado é sempre de vanguarda, com a criação de novidades que explorem as barreiras e possibilidades destes suportes fundamentais: o corpo e o lugar.
